Minha querida ginecologista Dra. Sandra, enviou para suas
pacientes e-mails informativos sobre saúde e me autorizou a compartilhar com
todos seu conteúdo. Vamos lá:
O que é cândida albicans?
Ela é a espécie mais comum de fungo que pode habitar a vagina.
Também pode ser encontrada na pele, boca, estômago e intestino. Em condições
normais, a vagina é habitada por vários microorganismos (bactérias e fungos)
que constituem sua flora normal (fisiológica). Quando ocorre desequilíbrio
nesta flora e/ou nos mecanismos de defesa da mulher, existe crescimento
da Candida sp, ocasionando o aparecimento da doença, e candidíase
vulvovaginal.
O que favorece a infecção e a reinfecção?
Medicamentos como os antibióticos e corticóides podem alterar a
flora vaginal normal e os mecanismos de defesa, proporcionando mais
oportunidades p/ o crescimento da Candida sp.
Gravidez: durante este período, o ambiente hormonal específico
pode proporcionar mudanças no meio vaginal que favoreçam a proliferação dos
fungos.
Anticoncepcionais de alta dosagem: também podem facilitar o
aumento da população de fungos, pelo mesmo mecanismo da gestação.
Diabete descompensado: o aumento da concentração de glicogênio
(um tipo de açúcar) no conteúdo vaginal pode favorecer a candidíase.
Higiene íntima inadequada: a contaminação da vagina com germes
provenientes do intestino pode ocorrer por higiene local inadequada.
Vestuário: roupas íntimas e/ ou calças justas e/ ou de tecido
sintético (lycra, elanca, nylon e similares) prejudicam a ventilação,
favorecendo o aumento da umidade e temperatura local, tornando assim o ambiente
propício ao crescimento de fungos.
Relações sexuais: a transmissão da Candida sp por
esta via é controversa, pois a candidíase vulvovaginal também ocorre em pessoas
sem atividade sexual. Então, pelo menos para casos repetitivos, o tratamento do
parceiro sexual pode ser recomendado.
Dieta: existem hipóteses de que o excesso de ingestão de
açúcares e/ ou alimentos ácidos favoreceriam a repetição de episódios de
candidíase vulvovaginal, entre outros.
Como identificar a candidíase vaginal?
Prurido (coceira) vulvar é o sintoma mais comum.
Quando há corrimento vaginal anormal, o mais freqüente é
descrito como branco, com aspecto semelhante a leite talhado e em quantidade
variável porém existem variações.
Outras queixas comuns são: ardor, eritema (vermelhidão) e edema
(inchaço) vulvar, ardor ao urinar e dor às relações sexuais.
Freqüentemente os sintomas iniciam-se no período pré menstrual,
isto é, alguns dias antes do início da menstruação.
Como prevenir?
Dê preferência às roupas íntimas de puro algodão, pois estas
favorecem a ventilação local.
Evite usar toalhas e roupas íntimas que ficam secando no
banheiro (isso facilita a manutenção dos fungos) e, principalmente, aquelas que
pertencem a outras pessoas. As toalhas devem ser bem lavadas e sempre passadas
a ferro antes do uso.
Após as evacuações, a higiene local deve ser feita trazendo o
papel higiênico no sentido da vulva para o ânus (da frente para trás), nunca o
contrário, evitando assim a contaminação da vagina por germes que habitam as
fezes.
Evite o uso de protetores (absorventes) íntimos diários, pois
eles também prejudicam a ventilação local.
Quando na praia ou piscina, evite ficar períodos prolongados com
o maiô molhado, porque além de prejudicar a transpiração, o ambiente úmido e
quente favorece a proliferação dos fungos.
Duchas intravaginais são absolutamente desnecessárias e, além de
causas desequilíbrio na flora vaginal normal, podem levar os germes para órgãos
genitais mais altos (útero, ovários e trompas), causando sérios danos à saúde.
Adquira o hábito de dormir com roupas confortáveis e largas, de
preferência de puro algodão.Isto favorece a ventilação da região genital e,
portanto, evita a proliferação dos fungos. Se possível, até mesmo durma sem
calcinha.
Dra. Sandra da Cunha Vieira
CRM 36025
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